Edmo Zarife

A voz imortal do rádio brasileiro

Falar de Edmo Zarife sem me emocionar com aquele vozeirão épico é muito difícil. Nascido em Nova Friburgo, começou a carreira aos 17 anos, no interior do Estado do Rio de Janeiro e em 1967 foi buscar o seu espaço na capital, incentivado por um tio.

Edmo Zarife em pé com camisa listrada horizontal conversando com Erasmo Carlos

Chegou à portaria da Rua Irineu Marinho, onde a Rádio Globo se encontrava, sem imaginar que permaneceria na emissora até o fim da sua brilhante carreira, em 1999.

 

Famoso pelo timbre e interpretação, ganhou destaque ao lado de outras belíssimas vozes, como a de: Carlos Noronha, Haroldo de Andrade, Roberto Muniz, Carlos Bianchini, entre outros.

Os anos passaram e Zazá, como era carinhosamente chamado, conquistou uma carreira sólida, impecável e como conseqüência, obteve o direito de, por mais de 30 anos, ser a identidade vocal da emissora, nas aberturas das transmissões do futebol, das chamadas de programas e da imortal vinheta “Brasil, sil, sil sil…” usada nas partidas das seleções brasileiras de futebol, vôlei, basquete ou ainda na fórmula 1, a cada vitória verde e amarela pelas pistas mundo afora.

Esta vinheta merece um destaque especial. Foi idealizada em 1969, por ninguém menos que Waldir Amaral e Mário Luiz. Durante os preparativos da Rádio Globo para a transmissão da Copa do Mundo do México, no ano seguinte, Waldir buscava uma dinâmica maior nas transmissões e encomendou à direção da emissora uma espécie de “grito” que levasse a torcida do Brasil a vibrar com a seleção.

Dentro do corpo técnico, o Sistema Globo de Rádio contava com um profissional que, décadas mais tarde, se tornaria a maior autoridade brasileira em engenharia de transmissão: José Claudio Barbedo, o “Formiga”. Após várias tentativas, Zarife e Formiga conseguiram o ponto perfeito da vinheta, que é usada até hoje pela Rádio e TV Globo.

Durante as décadas de 80 e 90, Zarife conquista um espaço maior na casa e assume o horário das 17 horas, com um programa totalmente seu o “Rio Total – Show das 5” com entrevistas, músicas, jornalismo e esporte.

 

 

 

 

 

 

Edmo Zarife (terno) entregando troféu Rádio Globo a Roberto Carlos

Em nossos arquivos aqui no Show do Rádio, você pode acompanhar um papo magistral do Zarifão com Jorge Curi, entre outras gravações históricas do grande locutor (confira).

Amigos e colegas que tiveram o privilégio de conviver e trabalhar ao lado de Zarife contam inúmeras histórias do mestre, sempre ressaltando a bondade, o carinho e o apreço que tinha com todos, seja com
o presidente Roberto Marinho, o diretor-geral Mário Luiz ou o mais humilde funcionário.

 

Ah sim! Zarife era apaixonado por gatos, e lá mesmo nos arredores da Rádio Globo cuidava de vários “chaninhos”, como ele se referia. Seu último programa foi o “Super Paradão”, que ia ao ar, gravado, da meia noite às 3 horas da manhã.

Em 27 de dezembro de 1999, internado numa clínica de sua querida Niterói (RJ) onde morava, Zazá perde a batalha para os problemas cardíacos, deixando órfãos várias gerações de ouvintes. Quantos meninos abraçaram a profissão de radialista graças àquele vozeirão, àquela empolgação, àquela emoção, àquela paixão pelo Rádio!

Recentente, graças à atual tecnologia da internet e suas redes sociais, conheci via Facebook sua filha Antonella Zarife, que de forma muito carinhosa me passou informações importantes sobre o nosso inesquecível Edmo Zarife, “Anjo Bom da Rádio Globo”.
Texto: Paulo Francisco
Diagramação: Polyana Oliveira
Revisão: Eduardo Sander
Foto: Arquivos de família



0 Comentários

Deixe o seu comentário!

© Copyright Show do Rádio. Todos direitos reservados.
Desenvolvido por Alisson Martins