
O sentimento de perda é inexorável. Ver o desmonte das salas, dos estúdios, da redação e dos andares onde por muitos anos funcionou a sede do Sistema Globo de Rádio, no Rio, mexe com o coração de todos nós que ali depositamos as nossas melhores energias. O peito está apertado. Criamos ali a Rádio CBN e convivemos com os mais importantes expoentes do rádio popular do país. Olhando para trás vemos a história escapando pelo retrovisor.Pelos corredores, a todo momento, dividíamos cada quadrante com craques da Rádio Globo e da 98FM. São tantos que não seria justo aqui, neste momento, citá-los nominalmente. Um carro de mudanças, como tantos deste país que transportam mobílias por nossas ruas e estradas ganha um ar melancólico estacionado em frente ao número 434. O veículo parado diante do prédio da Rua do Russel, na Glória espera ser “entulhado” para seguir seu novo destino. E nos nossos corações a lembrança singela do que deve ter significado nossas vozes para tantos ouvintes que nos deram a honra da sua atenção. Eu que pretendia caminhar para a aposentadoria me sinto na obrigação de voltar ao campo de batalha e, ao lado dos meus companheiros, ajudar a reescrever novas quadras. O rádio não acabará jamais. Não vamos deixar!
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